28 de setembro – Dia Latino Americano e Caribenho pela Descriminalização do Aborto
Ontem fomos às ruas em Campinas em manifestação pelo Dia Latino Americano e Caribenho pela Descriminalização do Aborto.
Não deixem de ler o texto-manifesto para a Marcha das Vadias pela Descriminalização do Aborto e especial para este #28setembro
“Queremos reivindicar o respeito aos nossos direitos, num movimento pela liberdade, liberdade de todas nós!
Para que nossos corpos sejam nossos. Para que a escolha seja nossa.
Contra as várias formas de tutela, preconceito, patriarcalismo e submissão.
Contra a reprodução de padrões de gênero excludentes.
Contra todas as formas de violência contra a mulher.
Bradamos para que nossas palavras possam ser ditas, e escutadas.
E hoje estamos aqui para reivindicar o direito ao aborto livre e gratuito.
A uma semana das eleições consideramos importante marcar nossa posição: não aceitaremos retrocessos em nossos direitos, queremos a liberdade de decidir sobre o que acontece em nossos próprios corpos.
No Brasil, estima-se a ocorrência de um milhão de abortos por ano, duzentos e cinquenta mil mulheres são hospitalizadas devido a hemorragias e infecções decorrentes de abortos clandestinos e, dessas dez mil morrem.
Uma em cada cinco mulheres brasileiras já fez um aborto.
70% da nossa população acha que a mulher que aborta não deve ser presa.
Não podemos e não queremos aceitar um modelo de sexualidade e reprodução que torna invisível o desejo da mulher, nos oprime e nos disciplina.
E nós somos diversas, pobres, ricas, negras, brancas, somos mulheres com vontades, crenças, desejos, vidas, relações e culturas diferentes e nem todas querem ser mães…
Queremos ser quem quisermos, queremos ser livres!
Padrões culturais machistas e excludentes definem há muito tempo o que é justo, moral e verdadeiro. Rompamos com estes padrões!
Reivindicamos nosso direito de decidir e estamos nas ruas para garantir essa liberdade
O patriarcado impõe às nossas vidas violências ideológicas e físicas.
Não podemos aceitar um mundo em que milhares de mulheres morrem em decorrência de abortos inseguros.
As mulheres ricas pagam clínicas privadas, as mulheres pobres apelam para medidas desesperadas por se verem sem saída e sem apoio.
Essa situação evidencia que o aborto, na verdade, só é ilegal para os pobres.
São elas que sangram e morrem. Basta!
Por isto reivindicamos atenção humanizada ao abortamento, direito à vida, direito à escolha, acesso à educação sexual e aos nossos direitos sexuais e reprodutivos.
Lutamos por uma política pública de saúde com construção de diretrizes claras, formação, orientação e treinamento dos profissionais, acesso a equipamentos e remédios adequados, e acompanhamento médico, psicológico e social das mulheres que decidirem abortar.
Além disso, nenhuma religião pode ter a prerrogativa de interferir nas políticas públicas de um Estado laico.
Independente de nossas crenças individuais, como cidadãs e cidadãos, não podemos impor nossa fé para as outras pessoas.
88% das mulheres que abortam possuem alguma religião.
Dizemos não ao Estatuto do Nascituro porque respeitamos a vida das mulheres e seu direito de escolha.
Países que legalizaram o aborto exibem estatísticas que comprovam a diminuição do número de abortos e a erradicação da morte de mulheres.
Assim, é preciso deixar claro que a descriminalização do aborto não incentiva as mulheres a abortarem, não aumenta o número de abortos e, acima de tudo, não obriga nenhuma mulher a abortar, repeitando suas crenças e decisões individuais.
Legalizar é tornar o aborto seguro e gratuito para todas!
Tornar o aborto legal e oferecer assistência e amparo àquelas que tomam a difícil decisão de abortar é uma medida de proteção social, respeito à autonomia e garantia dos direitos a todas as mulheres.
Nós vadias não vamos nos calar enquanto não tivermos:
Educação sexual para decidir.
Contraceptivos para não abortar.
Aborto legal e gratuito para não morrer.
Mexeu com uma, mexeu com todas!
Mexeu com uma, mexeu com todas!
Mexeu com uma, mexeu com todas!”
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