Violência no Bairro Jardim Itatinga – Campinas
Mulheres Guerreiras: Associação de Profissionais do Sexo de Campinas
Campinas 24 de outubro de 2013
Viemos por meio desta denunciar mais uma ação de extrema violência do nosso Estado contra as mulheres prostitutas, que através de sua polícia, agiu de forma arbitrária, violenta e machista contra trabalhadoras e moradoras do Bairro Jardim Itatinga.
No dia 18 de outubro, após a morte de um Sargento da PM nas imediações do bairro, vítima de um latrocínio, a PM decretou estado de sítio no bairro: “Ninguém entra e ninguém sai”. Tal ação foi acompanhada de espancamentos e torturas contra moradoras e moradores. A lista dos crimes é imensa: Cárcere privado; omissão de socorro; fortes agressões físicas e psicológicas, violação direitos humanos.
Durantes três dias, mulheres prostitutas, comerciantes e moradores do bairro foram impedidos de saírem de suas casas, correndo o risco de serem espancados. Durante a ação, diversas mulheres sofreram agressões, incluindo uma colombiana que teve o braço e as pernas gravemente quebrados. A situação se torna ainda mais dramática quando a Polícia tenta impedir a entrado da SAMU para prestar socorro às feridas.
Importante destacar a imensa violência de gênero que deu o tom dessa ação. Ao som de “vagabundas”; “aidéticas” ou “vão dá o cú lá dentro”, as mulheres foram intensamente agredidas, enxotadas, empurradas e trancadas pela polícia dentro de suas casas no escuro, ao som de tiros e sem saber se sairiam dali com vida.
As mulheres, diante das constantes ameaças de morte feitas pelos policiais, tentaram acionar entidades oficiais de apoio: direitos humanos disque denúncia, centros de referência. Entretanto nenhum desses canais foi eficiente para encaminhar minimamente uma ação de ajuda.
A Associação Mulheres Guerreiras juntamente com um grupo de moradores e comerciantes do bairro estão organizando uma ação de denúncia junto a Defensoria Pública de São Paulo. Entretanto tal denúncia não pode ficar restrita apenas aos meandros da Justiça, precisamos gritar e denunciar a extrema violação de diretos que nosso Estado promove contra nós mulheres prostitutas.
Assim, gostaríamos de solicitar o apoio de suas entidades para a divulgação desse episódio e para estarem atentos, pois a políticia continua divulgando novos “toque de recolher” e represálias, abordando e ameaçando de forma agressiva mulheres e travestis que trabalham no bairro.
Atenciosamente
Associação Mulheres Guerreiras – Campinas
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