todos os beijos de adeus para Gabi!!!
Ontem, dia 10 de outubro de 2013, faleceu Gabriela Leite, Vadia que ficará na nossa história. Prostituta, Lutadora, Escritora e Ativista dos direitos das trabalhadoras sexuais.
Nos anos 70, com 22 anos, Gabriela decidiu largar a faculdade de sociologia para ser prostituta, profissão na qual se aposentou e defendeu até o fim da vida. Trabalhou em diversos locais, entre eles a Boca do Lixo em São Paulo, o Jardim Itatinga em Campinas e a Vila Mimosa no Rio de Janeiro.
Junto a outras trabalhadoras de todo país fundou o movimento pelos direitos das prostitutas no Brasil. Na década de 80 fez parte da organização dos primeiros encontros nacionais de prostitutas e logo depois se juntou ao movimento internacional (Global Sex Workers’ rights movements).
Também foi a criadora do jornal ‘Beijo da rua‘, uma publicação das (e para as) mulheres da vida.
Depois, nos anos 90 fundou a ONG Davida, para fortalecer a organização das prostitutas. Para financiar projetos dessa associação, criou a grife Daspu (uma paródia com a loja Daslu), que também ampliou o debate contra a estigmatização do trabalho sexual.
Em 2009, escreveu a autobiografia ‘Filha, mãe, avó e puta’, que foi adaptada ao teatro e será lançada em breve a adaptação para cinema.
Gabi foi ainda candidata a deputada federal em 2010. Mesmo sem ter sido eleita, fez uma importante e belíssima campanha que podemos acompanhar no filme “Um Beijo para Gabriela”.
Gabi defendia avidamente o uso da palavra PUTA (da mesma forma que nós, Vadias de Campinas, defendemos o uso corrente e desestigmatizado de várias palavras, Vadia, Vagina, Buceta, etc): “Eu gosto dessa palavra (PUTA) desde sempre, eu acho uma palavra sonora, quente, e eu acho que toda Puta, se não vivesse com tanta estigma nas suas cabeças, elas usariam, e acho que a gente começaria até a vencer o preconceito antes…(…) então a gente tem que mudar, “filha da puta” tem que ser motivo de orgulho pros filhos da gente, é esse meu pensamento, e também acho que se a gente não toma as palavras pelo chifre, e assume elas, a gente não muda nada” (transcrição da entrevista com Gabriela Leite: “Porque Gabriela gosta da palavra Puta”)
Muito do que somos e do que pensamos na Coletiva de Vadias de Campinas tem as palavras apimentadas e bem colocadas dessa mulher. Uma mulher de força, de coragem, e que de pequena só tinha a altura. Quem teve o prazer de conhece-la ao vivo e ouvi-la falar olhando nos seus olhos, sabe… ela é MAGNÉTICA! Gabriela presente!
Gabi permanecerá na luta, sempre em nossas memórias. Como ela mesmo dizia: “Garotas boas vão pro céu, as outras, vão para onde quiser”.
Todos os beijos para Gabriela Leite!
Links:
Biografia contada por ela mesma
Arquivos
- maio 2017
- abril 2017
- março 2017
- outubro 2016
- agosto 2016
- julho 2016
- junho 2016
- maio 2016
- março 2016
- fevereiro 2016
- janeiro 2016
- novembro 2015
- outubro 2015
- setembro 2015
- agosto 2015
- julho 2015
- junho 2015
- maio 2015
- abril 2015
- março 2015
- fevereiro 2015
- janeiro 2015
- outubro 2014
- setembro 2014
- agosto 2014
- julho 2014
- junho 2014
- maio 2014
- abril 2014
- março 2014
- fevereiro 2014
- janeiro 2014
- dezembro 2013
- novembro 2013
- outubro 2013
- setembro 2013
- agosto 2013
- julho 2013
- junho 2013
- maio 2013
- abril 2013
- outubro 2012
- agosto 2012