4 de outubro de 2013
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As professoras (e professores) do Rio de Janeiro estão em greve a cerca de 2 meses. Começaram junto às movimentações sociais que estão acontecendo em várias cidades do país, mas mantém sua continuidade ininterrupta no Rio, que enfrenta duplamente a violência contra os mais vulneráveis gerada pelos eventos da Copa e Olimpíadas, ambos sediados na cidade. Da mesma forma que os manifestantes, as professoras e professores estão sendo reprimidos com extrema violencia pela polícia. Antes apanhavam e eram presos os considerados “vandâlos”, depois todas pessoas que portassem máscaras ou portassem vinagre, e agora também professoras e professores.
Dentro de nossas reflexões (e atuações) junto a trabalhadoras que enfrentam as dificuldades de carreiras desvalorizadas, estigmatizadas e/ou mal pagas, fortemente marcadas pelo recorte de gênero (como trabalhadoras domésticas e prostitutas), queremos aqui também demostrar nosso apoio e nossa contribuição à lutas das professoras e profissionais da educação no Brasil.
“Essa é uma história que se repete há décadas em nosso país. Muitas mulheres se tornam professoras, e lutam diariamente pelo direito de continuarem sendo, apesar dos salários, das más condições de trabalho. Uma profissão notoriamente feminina, assim como outras que desvalorizadas em nossa sociedade. Assistentes sociais, enfermeiras, pedagogas, empregadas domésticas etc. Uma sociedade que mensura a importância das pessoas pelo são
seu ‘valor de mercado’. Valor este mensurado por padrões masculinos de poder. Profissões ligadas ao cuidado, ao ensino, ditas como do feminino, não tem valor… As professoras podem ficar sem receber seu salários ou receber um salário de miséria, mas os bambambans do STJ precisam que seus salários sejam corrigidos pela inflação… Como diria uma amiga: ‘se homem engravidasse, aborto já seria legal há muito tempo…’. Neste caso, eu diria: ‘se professor fosse uma profissão majoritariamente dos homens, ela não seria tão desvalorizada’.” (“Ensino, uma questão de gênero” do blog: http://in3sana.wordpress.com/2013/09/30/ensino-uma-questao-de-genero/)
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